Pular para o conteúdo principal

why don't you stay?

Sinto a insanidade na insônia de cada noite, no sol que insiste em nascer todas as manhãs, matando a noite cruel e chuvosa que um dia molhou quem havia de molhar muito bem, para que cada gota sua fosse lembrada em dois corpos eufóricos. Sinto meu entorpecer em livros de auto-ajuda, me sinto procurando espaço onde não há. Não dá pra criar espaço em um lugar apertado que já existe, vai contra as leis da racionalidade, mas os anormais nunca a seguem, como posso eu querer segui-lá então? Esta tal razão brilha muito longe de mim, preciso de um resgate urgente de um mundo que não posso entrar, em uma estante que não posso ficar, perdi meu abrigo, meu mundo onde eu só fazia olhar para o meu umbigo. Como pode alguém ter tantos mundos e vários corações? o mundo é um só, porque você simplesmente não aceita, menina, ficar nele e seguir as regras da alienação? Ter alguém, casar, ter filhos e seguir um cotidiano. É isso que todos fazem, é isso que estão todos fazendo e te deixando pra trás, enquanto você corre na chuva acompanhada e ri como se tivesse todos os motivos do mundo, sobe nos bancos que são para sentar e debocha de quem tem monotonia que você ousa desprezar. Porque você se deixa tão solta? Aposto que busca algo que não existe! Mas se não existe, como se pode desejar? ou saber? O desespero instantâneo guia você, todas as vezes que te deixam sozinha. Enfrente a escuridão das palavras que não saem. É este o mundo que o auto-controle a desconhece. Então por favor se esqueça de lembrar, pensar nem pensar! E se salve mais uma vez do temido mundo em que não se pode entrar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

E se...?

A vida é mesmo uma imensa estrada com várias bifurcações ao longo do caminho. Somos obrigados a todo momento a escolher e escolher significa renunciar. Estamos sempre renunciando de algo, ou seria escolhendo, optando por algo? Depende do ponto de vista. E essas escolhas por vezes tem toda poesia contida em si, ora não são nada poéticas. Chegamos a uma altura da vida, que pensar demais nas renúncias que fizemos, traz a tona uma imensa saudade. A famosa saudade do que ainda não vivemos, talvez o que nunca vamos chegar a viver, porque não pagamos pra ver. Não é uma saudade que dói, mas uma saudade que atiça a curiosidade, longe de arrependimento, por mais que a vida esteja funcionando bem no caminho em que estejamos andando, os pensamentos, as idealizações e a dúvida sempre vem. É uma saudade que não pode ser matada, esse caminho pode ainda estar ali e se apresentar de novo em nossa jornada, porém não estará exatamente como estava no passado, e digo isso me baseando na teoria de Herá...

E mais essa queda

Ainda outro dia, falava sobre o amor ser como quando saltamos em queda livre. Sabe, você se prepara com todo o equipamento, mas ele agirá de acordo com seu destino. Ele pode não funcionar,  e você se espatifar no chão de forma quase fatal ou ele pode funcionar e você vir a viver algo ímpar, uma das mais maravilhosas experiências da sua vida. Bom, eu já me lancei com um equipamento que falhou algumas vezes e por sorte, devo ser como um gato e ter sete vidas...Agora provavelmente restaram umas 3. Não contente, feito Lisbela eu me lancei de novo e apesar de me sentir idiota por isso, pego na mão meu coração todo cheio de cicatrizes e remendos, já tão usado, batido, desbotado e digo a ele: já nos enganamos antes, mas agora pode valer a pena, eu preciso tentar só mais essa vez (com ar de adulto dizendo a criança que ficará tudo bem, quando nem ele mesmo tem essa certeza). Ora, fui vencida pelo cansaço, minha resistência não era tão forte quanto o homem que ordenou que começasse a ...

Trajetória

Estava em minha zona de conforto, nas sombras, porque era tudo mais fácil enquanto eu estava por lá, me escondendo, mostrando apenas o lado amargo, sem sentimentos. Eu não dava a cara pra bater, não arriscava outro coração partido, apenas ocultava a existência de um coração. Era divertido ser irônica quando alguém falava de relacionamento sério pra mim, eu apenas soltava um riso ácido e dizia: - tá, e daí? Sabe, meu forte nesses 3 anos e meio nunca foi acreditar que algo daria certo, eu apenas via surgirem os “quases”, esperando a pessoa ir embora. Eu sabia que todo mundo um dia iria partir. Era aquele velho ciclo, de costume: Ele chega, bagunça tudo superficialmente ao meu redor, tenta ganhar meu coração, mas não se arrisca e eu desse lado também não. Ele vai embora, procurar algo melhor e eu fico, também na mesma procura, me perco no caminho, entre uma bebedeira e outra, enfrento os dias de ressaca, as vezes mais moral do que etílica. No dia seguinte reflito sobre como estou v...