E remando contra a maré eu ainda vou, levando esse sorriso sem graça, de quem se esconde por moinhos de vento. Eu não quero que o mundo me veja, porque eu não acho que eles entenderiam. Duas vidas não deveriam seguir assim, mas vão, com os mesmos sorrisos de ontem e amanhã, zombando dos normais que deixam passar oportunidades, vão, sonhando com sabe se lá o que, porque já não sabem o que fazer do futuro, vão longe dos olhares moralistas que só fazem repreender, um fala do outro, mas os dois fingem não entender, o subentendido é o maior sorriso que eles podem dar, as entrelinhas são gargalhadas enquanto os sonhos só fazem flutuar. Pessoas inconsequentes vivem, e não sabem simplesmente não se deixar levar...
A vida é mesmo uma imensa estrada com várias bifurcações ao longo do caminho. Somos obrigados a todo momento a escolher e escolher significa renunciar. Estamos sempre renunciando de algo, ou seria escolhendo, optando por algo? Depende do ponto de vista. E essas escolhas por vezes tem toda poesia contida em si, ora não são nada poéticas. Chegamos a uma altura da vida, que pensar demais nas renúncias que fizemos, traz a tona uma imensa saudade. A famosa saudade do que ainda não vivemos, talvez o que nunca vamos chegar a viver, porque não pagamos pra ver. Não é uma saudade que dói, mas uma saudade que atiça a curiosidade, longe de arrependimento, por mais que a vida esteja funcionando bem no caminho em que estejamos andando, os pensamentos, as idealizações e a dúvida sempre vem. É uma saudade que não pode ser matada, esse caminho pode ainda estar ali e se apresentar de novo em nossa jornada, porém não estará exatamente como estava no passado, e digo isso me baseando na teoria de Herá...
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