Em uma noite de revolta e algo mais, um tanto ruim, uma noite que era pra ser só mais uma, sentada a toa, mas não foi assim. Chegou, como que empolgação, levemente desapercebido, chegou como dúvida, como medo, perguntando quais meus medos, percebendo minha grande cautela, e reconheço, que realmente, eu deixava escapar medo entalado em cada palavra, um nó na garganta, um receio, como alguém que mede cada palavra antes de dizer, antes de escrever, antes de mexer em qualquer órgão vital de ser corpo. Foi balançando por balançar, o desejo já era explicito, mas quis ser mais que isso, desejo atrevido, querendo evoluir, isso já não coube em mim, fui me deixando levar e quando vi, era um furacão, derrubando tudo, mas deixando uma sensação incrível e nostálgica, tudo que eu conseguia fazer, era sorrir, fechando os olhos, e respirar fundo, como se há tempos não sentisse nada tão bom, como se sentisse saudade de algo. Eis que pediu pra me levar, e disse que sabia o que queria, lembrando da frase, que eu mesma havia criado "Sem fórmula exata, o ser humano não precisa saber quem é, apenas o que quer" e ele sabia, nós sabíamos, que faríamos qualquer loucura a partir daquele instante, se estivéssemos mais perto, talvez ele tivesse dó da garota perdida que não sabia por onde ir, e eu tinha a sensação de já conhecê-lo há anos, depois de tentar esconder a sensação, nos confessamos um ao outro e o desejo já tinha evoluído, como pensamento, como sentimento, já havia confiança, já havia entendimento do acaso de outrora, sendo assim, já não nos arrependíamos do que não fizemos, há dois meses atrás. Eu já não sei mais o que pensar, muito menos o que sentir, se o fogo do amor queimar novamente, me coloco na fogueira desde já. Sou covarde, mas tenho coragem de admitir que morro de medo do amor, mas como já disse, não estou imune, não, ninguém está. Salvou minha noite, quem sabe não salve minha vida e me leve desde já. A mais inconstante das tempestades, o mais surpreendente dos enigmas. Me espera...
A vida é mesmo uma imensa estrada com várias bifurcações ao longo do caminho. Somos obrigados a todo momento a escolher e escolher significa renunciar. Estamos sempre renunciando de algo, ou seria escolhendo, optando por algo? Depende do ponto de vista. E essas escolhas por vezes tem toda poesia contida em si, ora não são nada poéticas. Chegamos a uma altura da vida, que pensar demais nas renúncias que fizemos, traz a tona uma imensa saudade. A famosa saudade do que ainda não vivemos, talvez o que nunca vamos chegar a viver, porque não pagamos pra ver. Não é uma saudade que dói, mas uma saudade que atiça a curiosidade, longe de arrependimento, por mais que a vida esteja funcionando bem no caminho em que estejamos andando, os pensamentos, as idealizações e a dúvida sempre vem. É uma saudade que não pode ser matada, esse caminho pode ainda estar ali e se apresentar de novo em nossa jornada, porém não estará exatamente como estava no passado, e digo isso me baseando na teoria de Herá...
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