Sabe quando você coloca o seu tênis direito no seu pé esquerdo? É assim, que estou me sentindo hoje. Como uma peça colocada na posição errada, de um quebra cabeça. Um andróide no mundo humano, um copo vazio ao lado de vários que estão transbordando. Todos estão loucos, ou seriam todos normais e eu louca? E se transformaram loucura em normalidade, e normalidade em loucura, tudo isso em uma humanidade, a humanidade na qual eu não queria estar. Nada parece se encaixar, e nem o sol sabe ser quente mais, as cores estão desbotando, se soltando para colorir o ambiente e me descolorir, parecem não querer que eu brilhe. São milhares de tratores, passando por cima, milhares na minha cabeça. Socialidade nunca foi meu forte, demonstrar sentimentos ruins também não, porém, os bons sim. Como se eu fosse uma espécie de boazinha desfarçada, cheia de rancor. Quando acertam não me lembro, quando erram, não me esqueço, e vou digerindo tudo, pra vomitar na hora certa. Dar as cartas e mostrar quem manda no jogo, na hora exata. Uma diferença que não sei diferenciar. Não sei o que é, então que me mandem um homem dicionário, que fale pouco e ensine muito, que não me entenda - pois acho que isso sim me tiraria do sério. Por toda a minha vida, é lindo ser uma tempestade instável. Essa sou eu, ou não sou.
A vida é mesmo uma imensa estrada com várias bifurcações ao longo do caminho. Somos obrigados a todo momento a escolher e escolher significa renunciar. Estamos sempre renunciando de algo, ou seria escolhendo, optando por algo? Depende do ponto de vista. E essas escolhas por vezes tem toda poesia contida em si, ora não são nada poéticas. Chegamos a uma altura da vida, que pensar demais nas renúncias que fizemos, traz a tona uma imensa saudade. A famosa saudade do que ainda não vivemos, talvez o que nunca vamos chegar a viver, porque não pagamos pra ver. Não é uma saudade que dói, mas uma saudade que atiça a curiosidade, longe de arrependimento, por mais que a vida esteja funcionando bem no caminho em que estejamos andando, os pensamentos, as idealizações e a dúvida sempre vem. É uma saudade que não pode ser matada, esse caminho pode ainda estar ali e se apresentar de novo em nossa jornada, porém não estará exatamente como estava no passado, e digo isso me baseando na teoria de Herá...
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