Seja como for, o destino sempre faz com que eu te veja, pra que eu não me esqueça do sorriso que também me faz sorrir, e mesmo que você não me veja e não abra esse sorriso, eu fico, de braços abertos, com o coração na mão. É a presença, sem o calor, longe, distante, terrível ausência e nada me cura essa doença, esse vicío, que está em minhas entranhas, atacando todas as víceras, viciando até meu ar, o ar que tu me roubas, sempre que me abraça forte e me arranca suspiros e pensamentos, que prefiro não revelar, meu coração não pode nem pensar em falar, nós sabemos que minha exclusividade não servirá, fique mais um pouco. Eu não sei, porque tudo que digo e penso sobre ti tem de terminar com a frase "fique mais um pouco", nada consiste em ficar mais um pouco, pouco é sempre pouco demais, juntando tantos poucos, temos um "muito" que não significa pra sempre, mas temos alguma coisa, e a conclusão final acaba sendo o capítulo da história que descubro que preciso, mas não quero te deixar ir embora. Passo noites em claro, buscando sentido nisso tudo e a única coisa que descubro é que o sentido que tem é não ter sentido algum, é ser segredo total. Eu não espero teu sim, pois sei que diria não, por motivos definitivos que morrem de vontade de terem a condição de provisórios, porque instigar tanto assim? Me inspirar filmes, músicas, o infinito e uma rodovia bem grande. Se pudesse fazer você desaparecer, faria você aparecer só pra mim, vai contra meus princípios dizer novamente, mas se faz necessário que você fique mais um pouco e mais e mais e mais e...
A vida é mesmo uma imensa estrada com várias bifurcações ao longo do caminho. Somos obrigados a todo momento a escolher e escolher significa renunciar. Estamos sempre renunciando de algo, ou seria escolhendo, optando por algo? Depende do ponto de vista. E essas escolhas por vezes tem toda poesia contida em si, ora não são nada poéticas. Chegamos a uma altura da vida, que pensar demais nas renúncias que fizemos, traz a tona uma imensa saudade. A famosa saudade do que ainda não vivemos, talvez o que nunca vamos chegar a viver, porque não pagamos pra ver. Não é uma saudade que dói, mas uma saudade que atiça a curiosidade, longe de arrependimento, por mais que a vida esteja funcionando bem no caminho em que estejamos andando, os pensamentos, as idealizações e a dúvida sempre vem. É uma saudade que não pode ser matada, esse caminho pode ainda estar ali e se apresentar de novo em nossa jornada, porém não estará exatamente como estava no passado, e digo isso me baseando na teoria de Herá...
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