Não tenho culpa nenhuma de receber os milhares de grãos das toneladas de felicidade que ele me traz todos os dias.E Eu que nunca fui um pote de ouro no final do arco-íris, nunca passei de mero jarro dourado e sem valor ou quem sabe uma cumbuca de barro em meio a um deserto, sem serventia alguma que não fosse guardar areia; agora havia mudado, havia evoluído e para ele eu era o bendito pote de ouro. Como se não fosse suficiente me ver como pote de ouro, me valorizava como se eu trouxesse em meu interior milhares de pedras de diamantes rosa e ainda agia como se eu fosse também o arco-íris, já que era capaz de enxergar todas as minhas cores, sem o daltonismo em que vivem os homens de hoje. E eu que era um livro velho, de páginas amareladas, caindo aos pedaços, que não interessava a ninguém ser lido, salvo pelas gravuras que ao menos passavam os olhos; desta vez estava em nova edição, caprichosamente reescrito por um poeta profissional em uma enorme e bem conceituada biblioteca. E eu que era um jardim abandonado, com ervas daninhas por toda parte, flores entristecidas e mortas, onde criança nenhuma queria mais brincar e nem os velhinhos apareciam para dar comida às pombas, me transformei em um jardim completamente turístico, onde todos que ali passavam, não saíam sem tirar fotos, as crianças voltaram a brincar e os velhinhos voltaram a habitar para ali passar suas tardes de ócio. E eu, que era apenas eu, em preto e branco, agora me via em colorido, em fase de renovação, morando dentro das cifras de uma linda canção, me dando a honra de poder sorrir sem peso na consciencia, revivendo minha infância e lutando no futuro. Eu agora virei eu e mais alguém, eu agora sou eu e ele, eu agora sou parte integrante de nós dois, sou pura sintonia, sou importante extensão. Sou momentos destinados a nós, chegadas, partidas e eternidades. Eu agora sou amor, agora eu não abro mão de ter tudo isso e você, andando comigo pelos caminhos da vida. Eu agora penso em ser gente grande, pagar contas, construir casas, dormir junto, chorar junto, sorrir junto. Eu agora sou você. Eu agora sou só sorrisos, porque sorrir provisoriamente é uma boa condição, mas sorrir com uma certeza no coração, não tem preço. Ah, isso, não tem não.
A vida é mesmo uma imensa estrada com várias bifurcações ao longo do caminho. Somos obrigados a todo momento a escolher e escolher significa renunciar. Estamos sempre renunciando de algo, ou seria escolhendo, optando por algo? Depende do ponto de vista. E essas escolhas por vezes tem toda poesia contida em si, ora não são nada poéticas. Chegamos a uma altura da vida, que pensar demais nas renúncias que fizemos, traz a tona uma imensa saudade. A famosa saudade do que ainda não vivemos, talvez o que nunca vamos chegar a viver, porque não pagamos pra ver. Não é uma saudade que dói, mas uma saudade que atiça a curiosidade, longe de arrependimento, por mais que a vida esteja funcionando bem no caminho em que estejamos andando, os pensamentos, as idealizações e a dúvida sempre vem. É uma saudade que não pode ser matada, esse caminho pode ainda estar ali e se apresentar de novo em nossa jornada, porém não estará exatamente como estava no passado, e digo isso me baseando na teoria de Herá...
Nada fiz além de praticar o que sempre quis e que nunca tive a oportunidade, oportunidade esta que resumindo, traduzindo e equacionando me dá o resultado real: VOCÊ!
ResponderExcluirVocê está me permitindo fazer pra ti, está me dando a chance de provar que o amor pode ensinar muito mais que nossos egos teimam em não querer aprender. Com você aprendi a ser mais eu, aprendi a não me descontrolar e me tirar do trilho, você me fez (com sua imensa compreensão) crer que posso ir mais longe do que já acreditava ser capaz, alias, você me motivou a ir buscar mais que um copo d'agua me fez criar um rio, para saciar não mais a minha, mas sim a nossa sede... de amar!