É, eu não queria que você dissesse nada do que foi dito, mas no fundo eu queria não querer, mas na verdade queria. É claro que você vai me entender, como sempre faz, e sempre tira a graça do enigma que é meu modo de vida, eu não vou dizer nada do que você esperava ouvir, eu simplesmente estou de mãos atadas de novo, por causa de sabe se lá quantas gotas de chuva com quantos copos de whisky, cerveja, vodka e afins. Você sempre faz tudo errado, da pior forma, de maneira contrária e eu entro em contradição gostando cada vez mais do sabor que seus erros tem, da delícia que é descobrir surpresas em um cotidiano chato. Eu não queria que você fosse você, você bem que podia ser outra pessoa. Sim, eu amo a chuva, eu amo o sol, e fujo de tudo isso as vezes, mas é meu jeito, aquele que é oposto ao seu, não sei insistir, correr atrás, telefonar, demonstrar interesse, apreciar um bom filme com pipoca, eu não sei nada do que você gosta de saber, eu vou procurar outro lugar pra morar, morar em sua mente, acaba com o meu psicológico.
A vida é mesmo uma imensa estrada com várias bifurcações ao longo do caminho. Somos obrigados a todo momento a escolher e escolher significa renunciar. Estamos sempre renunciando de algo, ou seria escolhendo, optando por algo? Depende do ponto de vista. E essas escolhas por vezes tem toda poesia contida em si, ora não são nada poéticas. Chegamos a uma altura da vida, que pensar demais nas renúncias que fizemos, traz a tona uma imensa saudade. A famosa saudade do que ainda não vivemos, talvez o que nunca vamos chegar a viver, porque não pagamos pra ver. Não é uma saudade que dói, mas uma saudade que atiça a curiosidade, longe de arrependimento, por mais que a vida esteja funcionando bem no caminho em que estejamos andando, os pensamentos, as idealizações e a dúvida sempre vem. É uma saudade que não pode ser matada, esse caminho pode ainda estar ali e se apresentar de novo em nossa jornada, porém não estará exatamente como estava no passado, e digo isso me baseando na teoria de Herá...
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