Estou lustrando minha carapaça de durona, de cada dia, com medo que ao tirá-la eu esteja ameaçada de ser boazinha e comecem a pisar em mim. Tiro e fico menos tempo possível para que os ilusionistas não possam chegar perto. Estou paranóica, maníaca e acho que todos que se aproximam querem me fazer de boba, estão me perseguindo, eu sei, como em uma conspiração, é um plano gigante, para minha destruição, mal posso dormir a noite, com tanto medo. Falando assim até parece algo mortal, mas são só sentimentos, que podem ser mortais também, e aposto que não sou só eu que acho isso, em minha ignorancia infinda. Alguém citou "se você continuar assim, nunca mais vai gostar de ninguém" rebati com um "que bom". Por sorte, vivo numa embriaguez eterna de loucura, e que deus me perdoe, por só pensar em fugir de sentimentos, pois mesmo fugindo, metade de mim é amor, a outra metade também...
A vida é mesmo uma imensa estrada com várias bifurcações ao longo do caminho. Somos obrigados a todo momento a escolher e escolher significa renunciar. Estamos sempre renunciando de algo, ou seria escolhendo, optando por algo? Depende do ponto de vista. E essas escolhas por vezes tem toda poesia contida em si, ora não são nada poéticas. Chegamos a uma altura da vida, que pensar demais nas renúncias que fizemos, traz a tona uma imensa saudade. A famosa saudade do que ainda não vivemos, talvez o que nunca vamos chegar a viver, porque não pagamos pra ver. Não é uma saudade que dói, mas uma saudade que atiça a curiosidade, longe de arrependimento, por mais que a vida esteja funcionando bem no caminho em que estejamos andando, os pensamentos, as idealizações e a dúvida sempre vem. É uma saudade que não pode ser matada, esse caminho pode ainda estar ali e se apresentar de novo em nossa jornada, porém não estará exatamente como estava no passado, e digo isso me baseando na teoria de Herá...
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