Ainda outro dia, falava sobre o amor ser como quando saltamos em queda livre. Sabe, você se prepara com todo o equipamento, mas ele agirá de acordo com seu destino. Ele pode não funcionar, e você se espatifar no chão de forma quase fatal ou ele pode funcionar e você vir a viver algo ímpar, uma das mais maravilhosas experiências da sua vida.
Bom, eu já me lancei com um equipamento que falhou algumas vezes e por sorte, devo ser como um gato e ter sete vidas...Agora provavelmente restaram umas 3.
Não contente, feito Lisbela eu me lancei de novo e apesar de me sentir idiota por isso, pego na mão meu coração todo cheio de cicatrizes e remendos, já tão usado, batido, desbotado e digo a ele: já nos enganamos antes, mas agora pode valer a pena, eu preciso tentar só mais essa vez (com ar de adulto dizendo a criança que ficará tudo bem, quando nem ele mesmo tem essa certeza).
Ora, fui vencida pelo cansaço, minha resistência não era tão forte quanto o homem que ordenou que começasse a guerra. Meu exército há tempos não entrava em campo, geralmente ninguém passava da muralha de amargura que construi e eu sempre tão forte, imponente, nunca vacilava e via um por um cair por terra, tentando me vencer.
Eu o subestimei, é verdade, ele tem uma força oculta a favor dele, uma carta na manga, um último golpe pra derrubar a muralha, o exército e eu.
Fui ao chão, abatida, quase vencida e ele é tudo que vejo, me perguntando se não vou levantar. Me levanto mas preciso de sua ajuda, não sei sequer se consigo andar.
Me levante daqui, me carregue (como eu sei que você faz) e vamos comemorar sua vitória. Eu sou uma ótima perdedora.
Já saltei, se o equipamento falhar, valeu o frio na barriga.
Se ele funcionar, valerá toda uma vida.
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