Sem aquela rotina fulgaz, que devora cada dia mais rápido, sem pensar somente na correria. Sem correr para não lembrar e não viver uma tragédia grega. É tudo o que eu mais quero, é o que mais me agrada. A vida agora me traz você, a cada vez que penso em fraquejar. De dentro de um ônibus, cansada, algo que anima, uma motivação que vem do imaginar, da mente, e um arrepio ao pensar que cada km andado estou um pouquinho mais perto de você, e cada vez mais, cada passo mais próxima. Tudo faz lembrar você, o sol nascendo, indo embora, um beijo solto no ar, uma música, um cartão, uma flor, um passeio, uma foto. E meu coração, cada vez mais rápido só pensa em bater em razão de ser de você! Me trazer de volta ao mundo certamente não é a missão mais fácil do mundo, me agradar também não. Mas você, sem nem mesmo estar disponível colocou todo o seu tempo a disposição e inconsciente, topou o desafio. Hoje, você ri desse desafio, pois o que parecia impossível para qualquer homem na face da terra, foi você quem conseguiu. Vem tomar conta de mim, me abraçar quando eu sentir medo, e enxugar qualquer lágrima que teimar em cair. Já fomos bastante machucados, o tempo quem diz. E o tempo diz também que o destino não faz nada por acaso, não é por acaso que estamos aqui. Já desenhei um futuro brilhante, mesmo tendo medo de tudo, como uma criança, que na tempestade, com o barulho dos trovões busca o colo da mãe. É um fogo, que nada ousa apagar. É um fogo, no qual já me joguei. E se me pedir para voltar atrás, vou dizer...É tarde demais! E pra esquecer? eu que me vire, mais uma vez, se seu olhar me deixar em paz, se seu olhar me deixar partir. Os sentimentos voltaram,e haja o que houver, o coração vai continuar disparando e vou continuar sentindo as tais borboletas no estômago. Mesmo que jurasse não me entregar jamais, o amor falou mais alto, impossível me calar por tanto tempo.
A vida é mesmo uma imensa estrada com várias bifurcações ao longo do caminho. Somos obrigados a todo momento a escolher e escolher significa renunciar. Estamos sempre renunciando de algo, ou seria escolhendo, optando por algo? Depende do ponto de vista. E essas escolhas por vezes tem toda poesia contida em si, ora não são nada poéticas. Chegamos a uma altura da vida, que pensar demais nas renúncias que fizemos, traz a tona uma imensa saudade. A famosa saudade do que ainda não vivemos, talvez o que nunca vamos chegar a viver, porque não pagamos pra ver. Não é uma saudade que dói, mas uma saudade que atiça a curiosidade, longe de arrependimento, por mais que a vida esteja funcionando bem no caminho em que estejamos andando, os pensamentos, as idealizações e a dúvida sempre vem. É uma saudade que não pode ser matada, esse caminho pode ainda estar ali e se apresentar de novo em nossa jornada, porém não estará exatamente como estava no passado, e digo isso me baseando na teoria de Herá
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