Por noites chorei sozinha na solidão de uma cama fria, por ter quem não sabia merecer, me sentia suja e vazia por querer dar o sentimento nobre a quem não queria amar. Desanimava por tantas vezes querer mostrar pro mundo a força do amor e não encontrar ninguém pra me escutar, com o brilho nos olhos que eu queria ver. E tempos, períodos longos passei sem você sentindo tanto sua falta, clamando a Deus com o coração em pedaços e lágrimas nos olhos por você, por sua ausência, ouvindo aos quatro cantos que você existiria em algum lugar do mundo, mas quanto mais os dias corriam, mais difícil era de acreditar que a informação era plausível. Voltando para casa ao final do dia, o que me esperava não era nada mais que uma brisa fria e um cansaço o qual eu estava exausta de sentir, eu cansei de me cansar sem o colo certo pra descansar. Na manhã seguinte enfrentava outro dia levantando a cabeça e acendendo a chama da esperança, desejando profundamente que você estivesse onde eu poderia te encontrar, mas voltava pra casa cabisbaixa, esgotada, ferida e pessimista esperando o otimismo me encontrar no dia seguinte. Você não estava lá, você não foi me encontrar e a ferida ficou aberta sem data pra cicatrizar.
Por vezes achei que era você, mas alguns minutos depois de minha descoberta, eu me dava conta de um tremendo alarme falso.
Com o passar dos dias fui constatando a certeza que tanto fazia doer: você não existe. Por dias me senti a pessoa mais solitária da face da terra mas decidi ser fria, como o mundo e a sociedade tanto gostavam. Afinal, se tanta gente gostava de evitar o amor, não devia ser tão ruim assim e no começo não foi. Foi começando com festa, gente, alegria, foi bom até eu perceber que na frieza da falsa alegre solidão ninguém é feliz de verdade, são um bando de superficiais, foi bom, bom como tudo que é errado, pois começa bom mas no meio do erro você vai sentindo o peso de uma vida errônea sobre suas costas e o fardo vai ficando difícil de carregar, então comecei a me lembrar de como era quando eu fazia as coisas certas em minha vida, talvez a dor de te esperar era melhor do que a dor de errar, fiquei então entre a cruz e a espada. Nesse meio tempo, tempo de distração sentimental, fiquei dispersa do mundo e meu coração mais ainda, até o seu amor me dar um empurrão, quase como quem avisa que ali está. E eu bem descrente como andava sendo, olhei com desprezo, mas fui chegando perto, como quem não tem medo do amor e olhando para cada pequeno detalhe que tinha no seu coração: as feridas iguais as minhas, os remendos e pontos, esparadrapos espalhados por todas as partes, de forma que se quebrado mais uma vez, seria perda total na certa. Por mais que estivesse em situação deplorável, não me sensibilizei a ponto de confiar em sua companhia. Naquele mesmo dia, não entendo o que me ocorreu, um fogo que percorria o corpo inteiro a caminho do coração e me fazia te querer de forma doce, eterna e fugaz ao mesmo tempo, uma vontade de te tirar dali e levá-lo pra qualquer lugar que fosse só nosso, como se esse lugar já existisse. Hesitei em me entregar até a hora em que minha razão decidiu ir embora, quando ela se foi confessei ser amor, me dei conta de algo que queria ter certeza em tempos anteriores: você existe, meu Deus, o homem da minha vida existe.
Sem saber, te amei desde o primeiro momento em que te vi, nem tão perto de mim, com os braços abertos e um sorriso tão pleno, que nenhum ser humano é capaz de descrever, me tomando em seu abraço como se já me conhecesse há uma vida. Eu não sabia ali, na hora, mas hoje eu sei, eu sempre te amei , pois é você aquele com o qual eu sempre sonhei. Hoje, conto uma história que se passou a 5 meses atrás, história esta que, de tanto medo em mim, achei que não duraria mais que um final de semana, do amor que evitei ao máximo que meu coração aguentou, do dia em minha vida que mais marcou, do homem que surgiu com o sobrenome amor, com o título de homem da minha vida.
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